Frases sobre

Evangelismo

Quando um pregador está por trás de um púlpito, diante de uma multidão, pregando a fé, ele precisa se apresentar com autoridade e ousadia. A circunstância requer tal postura. Mas, quando nos sentamos para tomar um café na padaria com um amigo que está em processo de busca, o tom, o volume, o vocabulário e a atitude, tudo precisa ser mais suave.

Precisamos lembrar à nossa alma propensa ao orgulho que tudo, não apenas a morte de Jesus na cruz em nosso favor, é uma dádiva. Cada respirar, cada passo, cada refeição, cada expressão de alegria vem de um Deus que não deixou de dar testemunho de si mesmo. A pergunta retórica de Paulo aos coríntios: “E o que tens que não tenha recebido” (1Co 4.7) deveria ajustar nosso coração a ser grato e humilde. Se isso acontecer, os esforços para alcançar nossa família soarão mais como uma boa notícia do que como mais um aborrecimento.

O processo de testemunhar para a família precisa começar em nosso coração. Para podermos alcançá-la de forma frutífera, precisamos de uma fonte de graça que flui de dentro.

Testemunhar a membros da família – aqueles que nos conhecem há muito tempo, que nos veem em nossos piores momentos e que são os menos propensos a serem enganados por nossa fachada – parece infinitamente mais assutador.

Nós, que fomos escolhidos pelo Pai celestial, redimidos pelo Filho, que nos trouxe propiciação, e selados com o Espírito Santo, deveríamos ter a família na mais alta conta. A despeito de todas as correntes culturais que tendem a menosprezar e diminuir a instituição da família, nós, que experimentamos o favor imerecido de Deus, devemos buscar nele os recursos para defender o alto valor dessa instituição divinamente estabelecida e da maior importância (mesmo que imaginemos o retrato de nossa família no dicionário ao lado do verbete “disfuncional”).

Considere o fato de que as Escrituras muitas vezes descrevem a obra de Deus na salvação como um milagre. Ele “deu vida” ao que antes estava morto (Ef 2.1-5); “ele nos tirou do domínio das trevas” (Cl 1.13) e explicou que isso “é impossível para os homens, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Quando percebemos que o evangelismo ocorre no campo do sobrenatural, começamos a orar com mais fidelidade, confiamos de todo coração e proclamamos de forma mais amável. Quando abandonamos a confiança em nossa capacidade de persuadir e nos agarramos ao poder de Deus para salvar, encontramos esperança além da explicação.

[…] às vezes apresentamos nossa obra-prima do evangelho em um contexto que desmente nossa mensagem. Falamos de amor incomensurável, de graça imerecida e de bondade infinita, mas nosso tom de voz, nosso comportamento e nosso estilo de vida transmitem exatamente o oposto. Queremos que as pessoas aquietem o coração para que possam ouvir a música do evangelho, mas estamos tocando em um contexto de julgamento. Queremos que se sintam amadas por Deus, mas elas não se sentem amadas por nós. Queremos que se sintam surpreendidas pela graça, mas o cheiro de condenação é forte demais. Talvez tenhamos de trabalhar o contexto do nosso evangelismo, assim como trabalhamos o conteúdo dele.

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