Nós, que fomos escolhidos pelo Pai celestial, redimidos pelo Filho, que nos trouxe propiciação, e selados com o Espírito Santo, deveríamos ter a família na mais alta conta. A despeito de todas as correntes culturais que tendem a menosprezar e diminuir a instituição da família, nós, que experimentamos o favor imerecido de Deus, devemos buscar nele os recursos para defender o alto valor dessa instituição divinamente estabelecida e da maior importância (mesmo que imaginemos o retrato de nossa família no dicionário ao lado do verbete “disfuncional”).
Considere o fato de que as Escrituras muitas vezes descrevem a obra de Deus na salvação como um milagre. Ele “deu vida” ao que antes estava morto (Ef 2.1-5); “ele nos tirou do domínio das trevas” (Cl 1.13) e explicou que isso “é impossível para os homens, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Quando percebemos que o evangelismo ocorre no campo do sobrenatural, começamos a orar com mais fidelidade, confiamos de todo coração e proclamamos de forma mais amável. Quando abandonamos a confiança em nossa capacidade de persuadir e nos agarramos ao poder de Deus para salvar, encontramos esperança além da explicação.
Todos nós desejamos saber tais informações, mas nosso conhecimento é defeituoso, exatamente por causa da natureza ocasional das declarações. O que é dito além daquilo que os próprios textos revelam não pode ter o mesmo peso bíblico ou hermenêutico daquilo que pode ser dito com base em exegese sólida. Portanto, estamos meramente afirmando que, nas Escrituras, Deus nos deu tudo quanto nos é necessário, mas não necessariamente tudo quanto queremos.
Muitos de nós não negam intelectualmente a existência de Deus. Simplesmente vivemos como se ele não existisse ou como se ele não estivesse nos observando.
É preciso uma comunidade para conhecer um indivíduo. Quanto mais isso se aplicaria a Jesus Cristo? As pessoas costumam dizer que desejam ter um relacionamento com Jesus, desejam “conhecê-lo melhor”. Jamais seremos capazes disso sozinhos. É preciso que estejamos profundamente envolvidos na igreja, na comunidade dos cristãos, nutrindo sólidos relacionamentos de amor e compromisso mútuo. Somente se fizermos parte de uma comunidade de crentes que procuram imitar, servir e amar Jesus teremos condições de conhecê-lo e de sermos cada vez mais semelhantes a ele.
A cultura moderna julga a qualidade dos líderes por sua habilidade em unir pessoas. Contudo, se aprendi alguma coisa nos meus anos de ministério pastoral, é que a verdade não une as pessoas, ela as divide. De fato, o modo mais fácil de unir as pessoas é esconder a verdade, dizer a elas o que querem ouvir
A pregação poderosa é como uma cirurgia. Sob a unção do Espírito Santo, ela localiza, perfura e remove a infecção do pecado.
Tomamos o espelho da imagem de Deus, cuja intenção era refletir a sua glória no mundo, damos as costas à luz, e nos encantamos com os contornos de nossa própria sombra escura, tentando desesperadamente nos convencer (com avanços tecnológicos, ou com habilidades administrativas, ou vantagens atléticas, ou empreendimentos acadêmicos, ou façanhas sexuais, ou ainda com cabeleiras contra-culturais) de que a sombra escura no chão à nossa frente é realmente gloriosa e satisfatória. Em nosso orgulhoso romance com nós mesmos lançamos desprezo, saibamos disto ou não, sobre o mérito da glória de Deus.
A tarefa do pregador cristão não é dar ao povo conselhos moralistas ou psicológicos sobre como se dar bem no mundo. Qualquer outra pessoa pode fazer isto. Mas a maioria de nosso povo não tem ninguém no mundo que lhes fale, semana após semana, sobre a suprema beleza e majestade de Deus.
Arrependimento significa abandonar o pecado. Portanto, é mais do que remorso e pesar, embora isso seja o ponto de partida mais comum. É abandonar de fato o que estava errado a fim de substituí-lo pelo que é certo. Ao reconhecer que algumas das coisas que fizemos e alguns dos hábitos que cultivamos são pecados aos olhos de Deus, damos adeus a eles, pedindo perdão por meio da cruz e buscando forças para superá-los por completo, mesmo quando sentimos que isso seja como cortar fora uma mão ou um pé, ou arrancar o próprio olho (veja Mt 5.29,30; 18.8,9).
[…] quando nos tornamos cristãos, não estamos mais sós, e jamais devemos pensar o contrário. Somos salvos individualmente, um a um, mas não para uma vida solitária, ainda individualista e autocentrada. Nenhum de nós é a única pedrinha na praia de Deus! Pelo contrário, somos trazidos a uma nova condição de solidariedade: somos, primeiramente, filhos adotados na família do Pai e, depois, unidades conectadas à nova criação de Deus pela união com o Cristo ressurreto mediante o Espírito Santo. Essa nova criação é a realidade que denominamos igreja.
A menos que você veja esse Jesus na sua vida, você continuará com medo, porque você nunca vai ter certeza se vale a pena. O caminho que é oferecido pelo Cristo àqueles que acreditam que ele voltou dentre os mortos é um caminho que precisa de muita convicção para segui-lo. O caminho que a fé oferece não é um caminho de rua de ouro, não é o caminho do céu deslumbrante, não é o caminho em que as lágrimas são limpas. Esse é o alvo, a chegada, mas não o caminho. O caminho é tortuoso, muitas vezes profundamente tenebroso, um caminho em que você precisa abrir mão da sua própria vida terrena, abrir mão dos seus desejos, dos seus prazeres, dos seus sonhos, dos seus interesses. Você adora um Deus que foi assassinado, e esse Deus assassinado te convida a caminhar com ele na mesma estrada de assassinato. […] O caminho do cristianismo é um caminho que só é possível de ser trilhado por aqueles que conseguem ver Aquele que ressuscitou. Se você não vê o ressurreto na sua vida, você vai continuar ouvindo descrente, você vai continuar vendo duvidoso, você vai continuar trancado, dando três voltas na fechadura com medo dos problemas que a fé pode causar na sua vida.
A razão mais fundamental pela qual a idolatria acontece é que, por ocasião da queda em pecado, houve um redirecionamento de nosso senso de adoração – de Deus para nós mesmos. Criamos ídolos, fundamentalmente, porque somos escravos de nós mesmos e vivemos para a satisfação de nosso EU. Isso significa que, a menos que sejamos libertos dessa condição, a nossa vida se resumirá a um constante serviço aos ídolos, e nada poderemos fazer contra eles. Libertar-nos desta condição, foi exatamente um dos objetivos da obra de Cristo. “Ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co 5.15).
Santo é alguém que Cristo comprou com seu sangue na cruz e separou para si mesmo como sua propriedade.
O evangelho, contudo, é somente para os pecadores, para aqueles que reconhecem que precisam dele. Muitos cristãos acham que o evangelho é só para os não crentes. Achamos que, uma vez que confiamos em Cristo, o evangelho é dispensável. No entanto, como tento mostrar aqui, o evangelho é uma dádiva essencial de Deus, não somente para nos trazer salvação, mas também para nos ensinar a lidar com a atividade constante do pecado em nossas vidas. Desse modo, precisamos sim do evangelho diariamente.
Cosmovisão é o conjunto de pressupostos e premissas de vida que carregamos em nosso mais íntimo, com um apego tal que esse sistema de crenças norteia todo o nosso engajamento com o mundo — proporcionando a leitura que fazemos da realidade e as bases para nossas ações e reações ao que a realidade nos traz — sem, contudo, deixar de ser moldado por fatores externos que são interiorizados por diferentes processos de apropriação.
[…] Deus estabelece pastores para discipular a igreja mediante o ensino da Palavra de Deus. Os pastores ensinam em reuniões públicas, em encontros individuais ou em grupos pequenos. E um de seus objetivos ao ensinar é preparar a igreja para a obra do ministério, a fim de que ela possa edificar a si mesma em amor (Ef 4.11-16). Eles discipulam os membros para que os membros possam discipular.
Por que dizemos que o casamento é a relação de aliança mais profunda? Porque o casamento apresenta aspectos horizontais e verticais muito marcantes. Em Malaquias 2.14, diz-se a um homem que a esposa é “tua companheira e mulher da tua aliança matrimonial” (cf. Ez 16.8). Provérbios 2.17 descreve a esposa infiel que “abandona o companheiro da sua mocidade e se esquece da aliança que fez com seu Deus” (a NVI traz “a aliança que fez diante de Deus”). A aliança firmada entre marido e mulher é feita diante de Deus e, portanto, não apenas entre os cônjuges, mas também com Deus. Ser infiel ao cônjuge também implica ser infiel a Deus.
Mas gostaria de enfatizar que quando um casal trabalha junto no orçamento, aprenderá mais sobre o cônjuge do que em qualquer outra atividade que se envolva. Deus une os opostos a fim de que um equilibre as deficiências do outro. Se o casal não se comunica na área financeira, é provável que também não haja comunicação em nenhuma outra a e área.
Descobri que dinheiro só é um motivador temporário. É verdade que baixos salários expulsam da empresa os bons empregados, mas um salário alto não os prenderá a um emprego que domina inteiramente a vida deles. Tão logo tenham acumulado capital suficiente para viver com um salário menor, eles trocarão dinheiro por tempo.
Viva intensamente. Este mundo complicado vai querer quebrar seu coração. Viva e morra sabendo que, por causa de Jesus Cristo, tudo muda. Que as pisadas em peças no meio da noite, as notícias assustadoras dos telejornais, a frustração da burocracia da sua cidade, as casas em chamas e a culpa que temos no cartório foram tratadas na cruz do Calvário. O raiar do Novo Mundo se aproxima. Em Cristo podemos sorrir no enterro, podemos gargalhar no hospital, podemos ser novas criaturas num mundo ainda antigo.
[…] às vezes apresentamos nossa obra-prima do evangelho em um contexto que desmente nossa mensagem. Falamos de amor incomensurável, de graça imerecida e de bondade infinita, mas nosso tom de voz, nosso comportamento e nosso estilo de vida transmitem exatamente o oposto. Queremos que as pessoas aquietem o coração para que possam ouvir a música do evangelho, mas estamos tocando em um contexto de julgamento. Queremos que se sintam amadas por Deus, mas elas não se sentem amadas por nós. Queremos que se sintam surpreendidas pela graça, mas o cheiro de condenação é forte demais. Talvez tenhamos de trabalhar o contexto do nosso evangelismo, assim como trabalhamos o conteúdo dele.
Levar um filho a aceitar a vontade de Deus é provavelmente o objetivo máximo de todos os pais cristãos que tiveram o prazer, a ventura e a satisfação de obedecer à vontade divina. Repita a seus filhos: “Seu relacionamento com Cristo é mais importante que seu relacionamento comigo”. Na vida adulta, a frase adquire um novo significado para eles.
Há dois aspectos em prosperar segundo o que Deus aprova. O primeiro é positivo e o segundo, negativo. No aspecto positivo, Deus deseja que prosperemos. Devemos fazer o melhor que pudermos com o que temos. Se você é um médico, seja o melhor médico que puder. Se você é um encanador, seja o melhor encanador que puder. Não seja preguiçoso; não engane seu chefe, ou a si mesmo, ou ao Senhor. O aspecto negativo dessa admoestação é mais complicado. Assim como há prosperidade piedosa, existe a prosperidade ímpia. Nossa prosperidade deve estar de acordo com a vontade, a natureza e a autoridade de Deus.
Ao mesmo tempo em que é fundamentalmente importante que protejamos a virgindade de nossas filhas, talvez seja até mais importante protegermos o coração delas. Deus não está interessado apenas na obediência exterior. De fato, desde que “o homem olha para a aparência, mas o SENHOR, para o coração” (1Sm 16.7), é impossível ser verdadeiramente obediente sem tratar do homem interior. Simplesmente não basta que nossas filhas digam que nunca tiveram relações sexuais. Isso não é a soma total da pureza bíblica.
O evangelho não é apenas qualquer tipo de notícia; o evangelho é uma notícia de, sobre, para e por meio de Deus. Deus, não o homem, está no centro do evangelho. De fato, o Novo Testamento com frequência refere-se ao evangelho como o “evangelho de Deus”. Jesus veio “pregando o evangelho de Deus (Mc 1.14). Paulo foi “separado para o evangelho de Deus” (Rm 1.1; veja também 15.16); também diz que estava preparado para “dar-vos… o evangelho de Deus” (1Ts 2.8); pregou “o evangelho de Deus” (2.9); e sabia que “o evangelho da glória de Deus bendito” tinha sido “confiado” a ele (1Tm 1.11). Da mesma forma, Pedro advertiu sobre o futuro reservado àqueles “que desobedecem ao evangelho de Deus” (1Pe 4.17).
As coisas não são exatamente o que parecem. Embora nossos sentidos nos digam que estamos sozinhos, o Senhor está lá e, por ser ele a fonte da vida, vida brotará até mesmo de uma terra morta. É nesse deserto que a água sai da rocha e o maná aparece a cada manhã. Também é ali que o Senhor prova e treina seu povo real, para que eles possam enxergar o que verdadeiramente há em seus corações e possam subir com maturidade e sabedoria às cortes reais (Dt 8.1-3; Tg 1.2-5).
Em qualquer cultura na qual Deus está ausente, o sexo, o dinheiro e a política preencherão o vazio de diferentes pessoas. Essa é a razão pela qual nosso discurso político é cada vez mais ideológico e polarizado. Muitos descrevem o atual discurso malévolo como uma falta de bipartidarismo, mas as raízes vão muito mais fundo. Como ensinou Niebuhr, remontam ao começo do mundo, à nossa alienação de Deus e aos esforços frenéticos de compensar nossa sensação de nudez e fraqueza cósmicas. A única forma de lidar com todas essas coisas é restaurar nossa relação com Deus.
Para tentar responder à pergunta “Quem sou eu?”, precisamos começar com a verdade mais básica a nosso respeito: somos seres criados. “E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Embora o fato de termos sido criados à imagem de Deus nos coloque em um plano totalmente diferente de quaisquer animais, ainda somos criaturas. Isso nos torna dependentes de Deus e responsáveis por nossos atos diante dele.